domingo, 31 de julho de 2011

A AROEIRA


Môsar Lemos

A aroeira pimenteira, aroeira vermelha, pimenta rosa ou simplesmente aroeira é uma planta comum nas restingas e matas de baixada aqui do Estado do Rio de Janeiro. Frutificam de forma abundante nos meses de abril e maio e seus frutos de coloração vermelha são bastante apreciados pelas aves.
            Conhecida como pimenta-rosa a frutificação é utilizada como condimento, inclusive para acompanhar sorvetes, numa combinação inesquecível do gelado do sorvete com o suave ardor da pimenta. Em 2004 o Brasil exportou aproximadamente 15 toneladas de pimenta-rosa beneficiada, oriundas do extrativismo nos estados da Bahia, Espirito Santo e Rio de Janeiro. Além da culinária a aroeira é utilizada na indústria farmacêutica e cosmética.

            Pertence a família Anacardiaceae. A espécie Schinus terebinthifolius é uma arvore de porte pequeno a médio, com 3 a 8 metros de altura. As folhas quando exalam um forte e agradável odor que lembra a terebintina. As flores são pequenas e o fruto é do tipo drupa de coloração vermelho-brilhante, aromático, adocicado e com um leve ardor característico.
            É uma planta fácil de trabalhar como bonsai, pois suporta bem as podas e rebrota com facilidade e rapidamente, o que permite manter um pequeno porte com tronco e galhos mais grossos. Reproduzem-se através das sementes ou de estacas. São vegetais que apresentam indivíduos com flores masculinas, indivíduos com flores femininas e indivíduos com as duas llores, assim no preparo do bonsai para que se obtenha a frutificação é necessário que o individuo seja portador de ambas as flores, o que pode ser obtido mais facilmente a partir de estacas de indivíduos com frutos.


Utilizo adubação mensal com adubo orgânico, como farinha de ostra, humus de minhoca, esterco de galinha, farinha-de-ossos, e duas vezes por ano utilizo adubo químico de liberação gradual do tipo N-P-K na formulação 10-10-10, com um intervalo de seis meses entre elas (por exemplo em março e setembro). Não adubo durante os meses de inverno.

Não faço podas durante o outono e o inverno, e nos demais meses uso o bom senso nas podas para a formação da copa, eliminando os brotos em locais onde eu prefiro ter apenas um tronco. A aroeira brota muito rapidamente após as podas e necessitam de regas moderadas de acordo com a temperatura, pois suportam bem o sol, porém a observação constante é fundamental para mantê-la saudável. 

SAKURA: A CEREJEIRA-DO-JAPÃO

Môsar Lemos

Esta árvore está bastante associada às imagens do Japão. Foi introduzida no Brasil onde se adaptou bem e pode ser vista em regiões mais frias aqui no Estado do Rio de Janeiro, onde podemos encontrá-la em plena floração no mês de julho. A foto que ilustra o texto mostra a floração em São Pedro da Serra (RJ) em julho de 2010.
            É uma árvore fácil de trabalhar para obter um bonsai bonito e harmônico. Venho trabalhando no pré-bonsai que tenho hoje desde 2010. Inicialmente era uma muda com cerca de 80 centímetros de altura e uma bifurcação no tronco bem próximo da base. Escolhi alguns ramos laterais e podei de forma drástica para ver o comportamento da planta, e fiquei surpreso com a brotação rápida das folhas nos ramos podados. Isto me deu segurança para continuar podando e reduzir a altura da planta. Atualmente a planta está com cerca de 20 centímetros de altura. Considerando que quando comprei a muda no horto ela já tinha mais ou menos dois anos de idade, hoje é um pré-bonsai com cerca de três anos. As folhas ainda são grandes.


          A cerejeira-japonesa ou Sakura (Prunus serrulata) é uma árvore da família das Rosáceas, a mesma família do pessegueiro, originária do Japão. Perde as folhas durante a floração, o que realça ainda mais a beleza das flores, assim como ocorre com os nossos ipês. O tronco é cilindrico, delgado, simples e curto, com casca rugosa de cor marrom-acinzentada. A árvore apresenta altura de 4 a 10 metros, com copa mais ou menos densa com 3 a 4 metros de diâmetro. As folhas se apresentam uma de cada lado do ramo de forma alternada, são ovaladas tgerminando em ponta, com margens serrilhadas e nervuras bem marcadas. Nascem com uma tonalidade bronzeada, ficam verdes e mudam para o amarelho ou vermelho no outono e então caem.


Para o manejo do bonsai tenho mantido a planta direto no sol, regando diariamente, pois ela sente muito rapidamente a falta de água. No plantio utilizei uma mistura de areia com esterco de galinha seco e barro (40/10/50) e posteriormente após a planta já estar adaptada no vaso acrescentei humus de minhoca em cobertura. Ainda não fiz a poda de raízes ou transplante de vaso o que somente deve ser feito a cada dois anos. Não faço podas durante o outono e o inverno. Nos demais meses uso o bom senso para ir formando a copa, já que a planta rebrota com muita facilidade. Não tenha medo de podar. Utilizo adubação mensalmente exceto durante o inverno, preferindo utilizar adubos orgânicos como torta de mamona, farinha-de-ossos, esterco de galinha e humus de minhoca. Entretanto pelo menos duas vezes ao ano é necessário utilizar um adubo químico de liberação gradual como o NPK na formulação 10-10-10. Deixe um intervalo de 6 meses entre uma adubação química e outra (por exemplo, março e setembro).


 
           

Créditos fotográficos
Marize Dias Lemos
US National Arboretum Bonsai Collection